O novo

Bem, quando deixamos aquilo a que estamos acostumados, não sabemos o que vamos encontrar, e foi o que aconteceu, quando tive que migrar do Spaces para o WordPress.É óbvio que senti uma diferença enorme. Adorava o meu spaces, com todo o seu colorido, suas imagens, e foi ali que fiz muitas amizades no mundinho das blogueiras. Tinha por ele um carinho especial.Eu amo imagens,  e, cores, e,  lá td era ilustrado e colorido. Vou ter que me acostumar com o WordPress…e confesso que só migrei para poder conservar boas lembranças. Resta me aprender aos poucos como utilizar o mesmo. Sinto falta das ilustrações das postagens transferidas…não sei onde foram parar…é tudo estranho, tudo triste…

Hoje vi uma pequena poesia de Cora Coralina  que gostei muito e vou postar a mesma com uma ilustração minha. Será que vou conseguir? Tomara.

Poeminha amoroso

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu…
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu…
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo…
eu te amo, perdoa-me, eu te amo…

Sem ilustração…mesmo seguindo o tutorial corretamente…sniff…abçs.

Florbela Espanca

Biografia
Mesmo antes de seu nascimento, a vida de Florbela Espanca já estava marcada pelo inesperado, pelo dramático, pelo incomum.
Seu pai, João Maria Espanca era casado com Maria Toscano. Como a mesma não pôde dar filhos ao marido, João Maria se valeu de uma antiga regra medieval, que diz que quando de um casamento não houver filhos, o marido tem o direito de ter os mesmos com outra mulher de sua escolha. Assim, no dia 8 de dezembro de 1894 nasce Flor Bela Lobo, filha de Antónia da Conceição Lobo. João Maria ainda teve mais um filho com Antónia, Apeles. Mais tarde, Antónia abandona João Maria e os filhos passam a conviver com o pai e sua esposa, que os adotam. Florbela entra para o curso primário em 1899, passando a assinar Flor d’Alma da Conceição Espanca. O pai de Florbela foi em 1900 um dos introdutores do cinematógrafo em Portugal. A mesma paixão pela fotografia o levará a abrir um estúdio em Évora, despertando na filha a mesma paixão e tomando-a como modelo favorita, razão pela qual a iconografia de Florbela, principalmente feita pelo pai, é bastante extensa. Em 1903, aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte. Desde o início é muito clara sua precocidade e preferência a temas mais escusos e melancólicos. Em 1908 Antônia Conceição, mãe de Florbela, falece. Florbela então ingressa no Liceu de Évora, onde permanece até 1912, fazendo com que a família se desloque para essa cidade. Foi uma das primeiras mulheres a ingressar no curso secundário, fato que não era visto com bons olhos pela sociedade e pelos professores do Liceu. No ano seguinte casa-se no dia de seus 19 anos com Alberto Moutinho, colega de estudos. O casal mora em Redondo até 1915, quando regressa à Évora devido a dificuldades financeiras. Eles passam a morar na casa de João Maria Espanca. Sob o olhar complacente de Florbela ele convive abertamente com uma empregada, divorciando-se da esposa em 1921 para casar-se com Henriqueta de Almeida, a então empregada. Voltando a Redondo em 1916, Florbela reúne uma seleção de sua produção poética de 1915 e inaugura o projeto Trocando Olhares, coletânea de 88 poemas e três contos. O caderno que deu origem ao projeto encontra-se na Biblioteca Nacional de Lisboa, contendo uma profusão de poemas, rabiscos e anotações que seriam mais tarde ponto de partida para duas antologias, onde os poemas já devidamente esclarecidos e emendados comporão o Livro de Mágoas e o Livro de Soror Saudade. Regressando a Évora em 1917 a poetisa completa o 11º ano do Curso Complementar de Letras, e logo após ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Após um aborto involuntário, se muda para Quelfes, onde apresenta os primeiros sinais sérios de neurose. Seu casamento se desfaz pouco depois. Em junho de 1919 sai o Livro de Mágoas, que apesar da poetisa não ser tão famosa faz bastante sucesso, esgotando-se rapidamente. No mesmo ano passa a viver com Antônio Guimarães, casando-se com ele em 1921. Logo depois Florbela passa a trabalhar em um novo projeto que a princípio se chamaria Livro do Nosso Amor ou Claustro de Quimeras. Por fim, torna-se o Livro de Soror Saudade, publicado em janeiro de 1923. Após mais um aborto separa-se pela segunda vez, o que faz com que sua família deixe de falar com ela. Essa situação a abalou muito. O ex-marido abriu mais tarde em Lisboa uma agência, “Recortes”, que enviava para os respectivos autores qualquer nota ou artigo sobre ele. O espólio pessoal de Antônio Guimarães reúne o mais abundante material que foi publicado sobre Florbela, desde 1945 até 1981, ano do falecimento do ex-marido. Ao todo são 133 recortes. Em 1925 Florbela casa-se com Mário Lage no civil e no religioso e passa a morar com ele, inicialmente em Esmoriz e depois na casa dos pais de Lage em Matosinhos, no Porto. Passa a colaborar no D. Nuno em Vila Viçosa, no ano de 1927, com os poemas que comporão o Charneca em Flor. Em carta ao diretor do D. Nuno fala da conclusão de Charneca em Flor, e fala também da preparação de um livro de contos, provavelmente O Dominó Preto. No mesmo ano Apeles, irmão de Florbela, falece em um trágico acidente, fato esse que abalou demais a poetisa. Ela aferra-se à produção de As Máscaras do Destino, dedicando ao irmão. Mas então Florbela nunca mais será a mesma, sua doença se agrava bastante após o ocorrido. Começa a escrever seu Diário de Último Ano em 1930. Passa a colaborar nas revistas Portugal Feminino e Civilização, trava também conhecimento com Guido Batelli, que se oferece para publicar Charneca em Flor. Florbela então revê em Matosinhos as provas do livro, depois de tentar o suicídio, período em que a neurose se agrava e é diagnosticado um edema pulmonar. Em dois de dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase: “… e não haver gestos novos nem palavras novas.” Às duas horas do dia 8 de dezembro – no dia do seu aniversário Florbela D’Alma da Conceição Espanca suicida-se em Matosinhos, ingerindo dois frascos de Veronal. Algumas décadas depois seus restos mortais são transportados para Vila Viçosa, “… a terra alentejana a que entranhadamente quero”.
É preciso ler sua biografia, para entender o porque da nostalgia de seus versos.
São muitos e lindíssimos. Gosto demais, o que faz que “de vez em sempre”, posto
alguma poesia sua. Ainda tenho muitas a conhecer e sempre me encanto.Veja:
Saudades Saudades! Sim… talvez… e porque não?… Se o nosso sonho foi tão alto e forte Que bem pensara vê-lo até à morte Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer! Para quê?… Ah! como é vão! Que tudo isso, Amor, nos não importe. Se ele deixou beleza que conforte Deve-nos ser sagrado como pão! Quantas vezes, Amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar, Mais doidamente me lembrar de ti! E quem dera que fosse sempre assim: Quanto menos quisesse recordar Mais a saudade andasse presa a mim!
Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras Em que ri e cantei, em que era querida, Parece-me que foi noutras esferas, Parece-me que foi numa outra vida… E a minha triste boca dolorida, Que dantes tinha o rir das primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida! E fico, pensativa, olhando o vago… Toma a brandura plácida dum lago O meu rosto de monja de marfim… E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim!

Um pouco de palavra

"Palavra prima
Uma palavra só, a crua palavra
Que quer dizer
Tudo
Anterior ao entendimento, palavra
Palavra viva
Palavra com temperatura, palavra
Que se produz
Muda
Feita de lua mais que de vento, palavra
Palavra dócil
Palavra d’agua pra qualquer moldura
Que se acomoda em baldo, em verso, em mágoa
Qualquer feição de se manter palavra
Palavra minha
Matéria, minha criatura, palavra
Que me conduz
Mudo
E que me escreve desatento, palavra
Talvez à noite
Quase-palavra que um de nós murmura
Que ela mistura as letras que eu invento
Outras pronúncias do prazer, palavra
Palavra boa
Não de fazer literatura, palavra
Mas de habitar
Fundo
O coração do pensamento, palavra"

J G de Araujo Jorge

 

Os versos que te dou

Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...
E hei de faze-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei  depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escuta-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.

(Poema de JG de Araújo Jorge
do livro "Meu Céu Interior" – 1934)

Florbela Espanca

 

 

 

 

A esta hora branda d’amargura, A esta hora triste em que o luar Anda chorando, Ó minha desventura Onde estás tu? Onde anda o teu olhar? A noite é calma e triste… a murmurar Anda o vento, de leve, na doçura Ideal do aveludado ar Onde estrelas palpitam… Noite escura Dize-me onde ele está o meu amor, Onde o vosso luar o vai beijar, Onde as vossas estrelas co fulgor Do seu brilho de fogo o vão cobrir! Dize-me onde ele está!… Talvez a olhar A mesma noite linda a refulgir… Florbela Espanca – Trocando olhares – 29/07/1916

 

 

 

 

.

 

 

 

 

Olá amigos, passando rapidinho para desejar uma linda terça feira a voces.

O DESTINO é quem decide quem entra na minha VIDA…e as ATITUDES decide quem FICA.!!!!!!

ENTARDECERES
de Gilbamar de Oliveira

Em cada entardecer descortina-se a beleza do pôr-do-sol, nos fios coloridos dele fluindo uma mensagem de beleza, e essa beleza exuberante se espraia pelo infinito toda bela como uma rainha esplendorosa que se deixa ver pelos súditos e seu brilho atordoa enquanto encanta e apaixona.

Bjs no coração.

 

 

 

 

.

 

 

Meu eterno namorado


Oi amor,
Venha cá,
Senta aqui
Bem do meu lado
Que eu vou lhe fazer
Uma confissão de amor.
Parece que vivemos juntos
Uma verdadeira eternidade,
Mas, se for friamente analisar,
Muitos dias ainda
Ao seu lado quero estar,
Do seu carinho desfrutar,
Essa cumplicidade aumentar.
Hoje , as palavras
Não são mais necessárias,
Apenas o olhar diz tudo
O que queremos compartilhar.
Meu velho e querido companheiro,
Quantas alegrias e tristezas repartimos,
Quanta luta e suor derramado
Para a formação de nossos filhos,
Quantas glórias desfrutadas
Ao contemplar o sorriso
Inocente e radiante dos netos.
Olho para seus cabelos
Já ficando da cor do algodão,
Descubro uma ruga , aqui e ali,
A circundar esses olhos azuis
Sempre brilhantes e confiantes.
Em mim também
O tempo deixou suas marcas.
Já não somos as beldades
Que éramos nos anos sessenta.
Ora, meu velho!
Esses são apenas os detalhes
Que mantiveram vivo o nosso amor.
Sabe, eu o chamei,
O fiz sentar ao meu lado,
Para que, olhando nos seu olhos
Eu possa confessar carinhosamente:
"Você ,é o meu eterno namorado".

               Marilena F Basso

 

 

.

 
Gente!
 
 Como vcs podem notar, dei uma mudada no visual
e isso me é muito bom. Moro num "apertamento", que não
da para mudar um nada de lugar, então, o que faço?
Mudo aqui. De vez em quando faço isso e acho uma delícia!
Pena que o space é muito limitado, principalmente no que diz
respeito a imagens, que eu gosto tanto…
 
Amigas, bjs, e não se esqueçam, de agradecer a Deus, todos os dias ao acordar,
pelo "dom da vida".
 
 
 
 
**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:-**-:¦:
_____*_*_*_*_____*_*_*_*_____Os Ventos que as vezes
___*bjos_____*_’_*____’bjos*___ Tiram algo que amamos
__*bjos_____¤__*___¤___bjos*__ São os mesmos que nos
__*bjos__¤_____*________bjos*__Trazem algo que
__*bjos__________¤______’bjos*_ aprendemos a amar…
___*bjos________¤______’bjos*__ Por isso não devemos
____*bjos___¤_______¤__bjos*__ chorar pelo que nos foi
______*bjos______¤___bjos*____ tirado…
________*bjos_¤____bjos*______ E sim aprender amar ¤o que
__________*bjos_’_bjos*________ nos foi dado…
____________*’bjos’*___________ Pois tudo aquilo que é
_____________*bj*____________ realmente nosso, nunca
______________*_____________ se vai para sempre .
 
 
 
 
 
 

Vaidade

 

                                         

Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade !

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo ! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade !
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita !

Sonho que sou Alguém cá neste mundo …
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada !

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho … E não sou nada! …

 

                        Florbela Espanca

 

 

                  

 

J G de Araujo Jorge

 
 
 
 
 
 
De  J G de Araujo Jorge 

A sós…

A sós
como duas gaivotas
na solidão do céu,
em pleno mar,
sonhando no ar…

A sós,
lado a lado, sem alarde,
como dois pássaros num alto ramo,
ao cair da tarde…

A sós
como duas mãos quando se procuram
e se encontram, 
sem voz…

Como eu e tu
quando somos nós

a sós…

.Nancy Moisés

 

 

 

Da amiga Nancy Moisés, de

Lua em Poemas (http://luaempoemas.zip.net/)

Muito lindo!

  

Amei, amei…
Que linda surpresa,
café tá no bule,aquele antigo,
toma comigo,senta do lado,
me conta a surpresa,tão boa, tão linda!
Vem de tão longe…
Tem lenha no fogo,a água tá quente,
esquente os pés,tá frio lá fora,
enrole em mim,te esquento,
te enrosco ,te ponho no colo,
te beijo e te quero…
Amei a surpresa,
Fica logo aqui….

 

 

 

Entradas Mais Antigas Anteriores